D. Carlos I (1889-1908): epílogo da monarquia em Portugal?
DOI:
https://doi.org/10.14198/PASADO2019.18.04Palabras clave:
Monarquia Portuguesa, República, D. Carlos IResumen
A correlação entre o regicídio de D. Carlos I em 1908 e a queda do regime monárquico em Portugal dois anos depois em 1910 é evidente. Consequentemente a figura deste rei tem sido tratada pela historiografia como uma espécie de bode expiatório para justificar o fim da monarquia portuguesa. O que se pretende neste texto é fazer a articulação de elementos estruturais e conjunturais do contexto político-institucional e económico e social, de modo a aferir a robustez da instituição monárquica no período em que D. Carlos reinou. Distinguiremos particularmente alguns dos principais elementos do reinado de D. Carlos que julgamos terem sido determinantes para o processo de deslegitimação e isolamento da monarquia portuguesa que levou à sua falência. São eles: a crise política do rotativismo, a crise financeira, a crise diplomática provocada pelo ultimato inglês, a especificidade portuguesa da cultura política e social do liberalismo, assim como a ineficácia, ou mesmo inexistência, de dispositivos de autopromoção real.
Financiación
Este trabalho é financiado por fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito da celebração do contrato-programa previsto nos números 4, 5 e 6 do art. 23.º do D.L. n.º 57/2016, de 29 de agosto, alterado pela LeiCitas
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